A azoospermia é caracterizada pela ausência total de espermatozoides no sêmen. Um diagnóstico preciso e uma avaliação minuciosa e criteriosa do paciente para estabelecer a origem da doença são necessários para conduzir as opções de tratamento e determinar o melhor custo-benefício, riscos e prognóstico associados. Para isso, é fundamental que o indivíduo conte com ajuda profissional qualificado na área de infertilidade masculina e realize seus exames em um laboratório especializado em Andrologia.
QUAIS SÃO OS TIPOS DE AZOOSPERMIA?
Existem dois tipos de azoospermia: a obstrutiva (excretora) e a não-obstrutiva (secretora). Confira a seguir as características de cada uma:
Azoospermia obstrutiva (excretora): é causada por obstruções em algum local do trato reprodutor masculino que impede que os espermatozoides sejam expelidos para o meio externo. Apesar de não existirem espermatozoides no sêmen, o indivíduo com azoospermia obstrutiva produz espermatozoides normalmente.
Azoospermia não-obstrutiva (secretora): consiste na deficiência na produção de espermatozoides pelos testículos. O indivíduo não fabrica espermatozoides ou em alguns casos pode até produzir em alguns pontos do testículo, mas são tão poucos que não chegam a ser ejaculados. Costuma ser mais grave e pode não responder bem aos tratamentos.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DA AZOOSPERMIA?
Obstrutiva (secretora): essa condição pode ser originada de forma intencional (vasectomia), ou de forma não intencional por anormalidades no epidídimo e seus canais, traumas pós-cirúrgicos ou obstruções congênitas:
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Agenesia dos ductos deferentes e/ou vesículas seminais;
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Obstrução dos ductos ejaculatórios;
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Ejaculação retrógrada;
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Infecções urogenitais graves, que podem obstruir os canais condutores dos espermatozoides;
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Vasectomia;
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Herniorrafia inguinal e/ou hidrocelectomia.
Não-obstrutiva (secretora):
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Alterações hormonais;
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Criptorquidia, quando um ou ambos os testículos não descem para o escroto;
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Radioterapia e quimioterapia;
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Alterações genéticas (Síndrome de Klinefelter, microdeleção do cromossomo Y);
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Exposição a substâncias gonadotóxicas;
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Uso de anabolizantes.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE AZOOSPERMIA?
Diferentemente de outras disfunções que podem acometer o homem, a azoospermia não apresenta sintomas específicos que sirva de alerta.
No geral, o principal indício de que o paciente pode ter a condição é a infertilidade conjugal.
COMO É REALIZADO O DIAGNÓSTICO?
O exame físico é sempre o primeiro passo para avaliação do indivíduo. No exame físico, o médico avaliará se o tamanho, consistência e textura dos testículos estão normais. Além disso, também examinará os órgãos acessórios, como epidídimos, próstata e vesículas seminais.
Exames de sangue (as vezes pode incluir testes genéticos), de imagem e pelo menos três espermogramas também serão solicitados para que a investigação seja completa.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS DA AZOOSPERMIA?
O tratamento escolhido pelo andrologista dependerá de cada caso, respeitando o histórico médico e a saúde geral do indivíduo. Confira mais detalhes a seguir:
Tratamento da azoospermia obstrutiva (excretora)
Aqui, o tratamento poderá ser realizado de duas formas. Em alguns casos, o médico pode optar por reconstruir o caminho de passagem dos espermatozoides (microcirurgia de reversão de vasectomia ou desobstruções das vias seminais) ou pode optar por capturar espermatozoides diretamente dos epidídimos ou testículos (MESA ou micro-TESE) e utilizá-los para fertilização in vitro com auxílio das técnicas da Reprodução Assistida.
Tratamento da azoospermia não-obstrutiva (secretora)
Como neste tipo de azoospermia há pouca ou nenhuma produção de espermatozoides, as vezes é necessário fazer uma indução hormonal para estimular os testículos a produzirem mais espermatozoides. Após essa etapa, os espermatozoides podem ser capturados através de uma microcirurgia (cirurgia realizada com auxílio de microscópio cirúrgico) chamada micro-TESE (do inglês, Microsurgical Testicular Sperm Extraction). Nessa cirurgia, realiza-se uma microdissecção testicular, ou seja, diversos pontos onde os espermatozoides são produzidos nos testículos são explorados a fim de encontrar um que esteja em boas condições.
A cirurgia é realizada com apoio de equipe especializada do laboratório de Andrologia, que é responsável por verificar se há presença ou não de espermatozoides nos fragmentos coletados pelo médico. Caso espermatozoides sejam encontrados, o material pode ser utilizado no mesmo dia para algum procedimento ou pode ser criopreservado para uso futuro.