A criptorquidia é uma condição em que um ou ambos os testÃculos não descem para a bolsa escrotal antes do nascimento. Essa condição, frequentemente diagnosticada na infância, deve ser corrigida precocemente, geralmente até o primeiro ano de vida. Contudo, muitos homens adultos descobrem que apresentaram criptorquidia apenas tardiamente, seja em consultas médicas ou devido a problemas de saúde associados. Mas quais são as consequências dessa condição ao longo da vida?
Homens que tiveram criptorquidia, especialmente se não houve correção cirúrgica precoce, podem apresentar alterações significativas no volume testicular, na produção de espermatozoides e aumento do risco para câncer testicular. Por isso, entender os desdobramentos dessa condição é fundamental para cuidar da saúde reprodutiva e geral.
Volume Testicular e Produção de Espermatozoides
Quando o testÃculo não desce para a bolsa escrotal no perÃodo correto, ele fica exposto a temperaturas mais altas dentro do abdômen ou da região inguinal. Essa exposição prolongada pode levar a danos permanentes nos tecidos testiculares. Como consequência, muitos homens podem apresentar testÃculos de tamanho reduzido (hipotrofia testicular) e prejuÃzo na produção de espermatozoides.
Esses danos impactam diretamente a fertilidade. Estudos mostram que a criptorquidia não corrigida está associada a uma menor contagem de espermatozoides e a uma maior dificuldade para conceber filhos de forma natural. Mesmo em homens que realizaram a cirurgia tardiamente, a produção espermática pode não atingir os nÃveis ideais.
Risco de Câncer Testicular
Outro aspecto importante é o risco aumentado de câncer testicular. Homens com histórico de criptorquidia têm até 10 vezes mais chance de desenvolver tumores testiculares, mesmo que a correção tenha sido realizada. Esse risco é ainda maior quando a cirurgia ocorre após os dois anos de idade ou em casos em que a condição permaneceu não tratada na vida adulta. Por esse motivo, o autoexame regular dos testÃculos e consultas frequentes ao urologista são medidas fundamentais para o diagnóstico precoce.
A Importância do Acompanhamento Médico
Se você teve criptorquidia e nunca buscou orientação médica, é essencial agendar uma consulta com um especialista. Exames como ultrassom testicular e análises seminais podem fornecer informações importantes sobre a saúde dos testÃculos e a função reprodutiva. Além disso, o acompanhamento regular ajuda a monitorar possÃveis alterações, reduzindo o impacto de problemas mais graves.
Criptorquidia não é apenas uma condição da infância – suas consequências podem acompanhar o homem ao longo da vida. Por isso, cuidar da sua saúde testicular é investir na sua qualidade de vida. Se você se identifica com esse quadro, não hesite em buscar avaliação com um de nossos urologistas especializados.
A doença de Peyronie é uma condição que afeta o corpo do pênis, resultando na formação de áreas endurecidas ou placas, que causam curvatura durante a ereção. Também é comum a presença de deformidades e encurtamento peniano, perceptÃveis especialmente durante a ereção. Alguns homens podem apresentar piora na qualidade da ereção após o inÃcio da curvatura peniana. Essa curvatura pode dificultar ou até impossibilitar as relações sexuais em alguns casos, além de gerar dor e desconforto para o paciente e para o(a) parceiro(a). A doença de Peyronie é mais comum em homens com mais de 40 anos, embora possa ocorrer em faixas etárias mais jovens ou mais velhas. A incidência é variável, podendo afetar até 1 em cada 5 homens, com formação de placa e curvatura peniana durante a ereção.
A causa exata ainda é desconhecida, mas acredita-se que esteja relacionada a pequenos traumas durante as relações sexuais, que, ao longo do tempo, provocam cicatrização e, consequentemente, curvatura. A doença apresenta duas fases principais: a fase aguda e a fase crônica.
Na fase aguda, que pode durar entre 6 e 18 meses, o processo inflamatório está ativo, e o homem pode sentir dor ao ter ereções. Nessa fase, a curvatura pode permanecer estável, piorar ou até melhorar em alguns casos (estimado entre 10-15% dos homens). Por esse motivo, existem poucas opções de tratamento nesta fase. Medicamentos orais geralmente proporcionam pouca melhora, mas há alguma evidência de que o uso de mecanismos de tração peniana pode ser benéfico.
Com o tempo, a doença de Peyronie entra na fase crônica, na qual a dor geralmente desaparece e a curvatura se estabiliza, mas o endurecimento dos tecidos, curvatura, deformidades e encurtamento podem se tornar permanentes.
O diagnóstico da doença de Peyronie é geralmente feito por meio de exame fÃsico e histórico clÃnico. Em alguns casos, o ultrassom peniano com farmacoindução pode ser necessário para avaliar o grau de curvatura ou deformidade, bem como para analisar a qualidade da ereção.
Os tratamentos para a Peyronie variam de acordo com o estágio da doença e a gravidade dos sintomas, podendo incluir terapias medicamentosas, injeções locais (não disponÃveis no Brasil) e, em casos graves, tratamento cirúrgico. Detalharemos as opções disponÃveis em nosso próximo texto.
Portanto, é essencial que o homem busque uma avaliação especializada ao apresentar curvatura peniana, especialmente se houver restrições nas atividades sexuais. Caso esteja enfrentando este quadro, agende uma consulta com um de nossos especialistas.